quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Beleza (NÃO) americana.

Tenho medo das palavras clichês, das rimas mal feitas e românticas. Não era tão fácil descreve-la, é que ela era assim toda diferente, digo; a primeira vista uma garota qualquer, normal… Engraçado mesmo era o jeito como seus olhos fitavam as coisas, meio nem-ai-com-nada, o jeito de andar leve, calmo, tranquilo.

Introspectiva com os sentimentos, meio que como um mistério, daqueles que você tenta tenta tenta desvendar, mas depois percebe o quão imbecil e impossível é aquilo. Ela não é assim fácil de se lêr, e não se abre a qualquer um como um livro qualquer jogado na estante, diferente… Ela era diferente.

Não se importava com as mesmas coisas que a grande massa juvenil femenina, pó de arroz não consertava os seus problemas, não era nos batons cor de roza que ela via a beleza; ela queria era conhecer o mundo, passar as tardes chuvosas assistindo seriados e com a indispensavel pilha de chocolate ao seu redor. Sonhava com os castelos, torres altas e até mesmo vampiros, se divertia com o simples, sem esbanjar, sem nada fora do normal, muito menos normal. As vezes o vazio a preenchia.

Nem balada, nem churrascos, nem passar as noites nas ruas. Legal era vestir o pijama flanelado com um balde de pipoca e rir dos filmes perfeitos com finais felizes… Exato, ela não se emocionava com os filmes onde o mocinho salva a mocinha, ela simplesmente sorri da ingenuidade do ser humano ou na hipocrisia dos mesmos, que sabiam o quão irreal era aquilo e mesmo assim insistiam em acreditar nos finais sempre felizes. Ela não estava nem ai pra isso, vivia serena, tranquila e sempre sorridente, era mágico como nada a parecia afetar, ela simplesmente levantava a cabeça e sorria, na vida tivera alguns amigos ou nem tão amigos assim, mas ela nunca se preocupou, seu instinto era melhor do que qualquer um e mais uma vez lá se via ela, sem se afetar com nada.

Era uma menina diferente sim, a princípio uma pedra. Assim a menina dos cabelos escuros e alta era vista, dura, inflexível. Assim que a julgavam aqueles que ainda não a conheciam.

A verdade é que o coração aparentemente duro era mole, mole, carinhoso, não como os das pessoas por ai, mas da sua maneira, sim era. Sabia sorrir pra vida porque assim parecia mais fácil caminhar, mas tinha um peito que guardava algumas magoas, palavras que fora duramente proferidas contra ela.

A menina toda dura, imparcial na verdade se importava e se importava muito, não é a menina idealizada muito menos perfeita, mas é SINGULAR. Não se encontra por ai tão fácil nas ruas, ela prefere na verdade o aconchego do seu quarto, as piadas mal feitas.

Assim caminha por ai, a menina meio desleixada para a vida porém sonhadora, não fazia parte do estereótipo e tinha la seus defeitos, mas sabia lidar com a verdade, amava com todo o coração mas fazia jus a quem merecia, de uma inteligência inigualável.

E ai ela vive, ela vai, diferente de todos, mas era dona de uma beleza incrível, da sua maneira... Absolutamente linda, para quem a sabia ler e a compreendia.

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