Tenho medo das palavras clichês, das rimas mal feitas e românticas. Não era tão fácil descreve-la, é que ela era assim toda diferente, digo; a primeira vista uma garota qualquer, normal… Engraçado mesmo era o jeito como seus olhos fitavam as coisas, meio nem-ai-com-nada, o jeito de andar leve, calmo, tranquilo.
Introspectiva com os sentimentos, meio que como um mistério, daqueles que você tenta tenta tenta desvendar, mas depois percebe o quão imbecil e impossível é aquilo. Ela não é assim fácil de se lêr, e não se abre a qualquer um como um livro qualquer jogado na estante, diferente… Ela era diferente.
Não se importava com as mesmas coisas que a grande massa juvenil femenina, pó de arroz não consertava os seus problemas, não era nos batons cor de roza que ela via a beleza; ela queria era conhecer o mundo, passar as tardes chuvosas assistindo seriados e com a indispensavel pilha de chocolate ao seu redor. Sonhava com os castelos, torres altas e até mesmo vampiros, se divertia com o simples, sem esbanjar, sem nada fora do normal, muito menos normal. As vezes o vazio a preenchia.
Nem balada, nem churrascos, nem passar as noites nas ruas. Legal era vestir o pijama flanelado com um balde de pipoca e rir dos filmes perfeitos com finais felizes… Exato, ela não se emocionava com os filmes onde o mocinho salva a mocinha, ela simplesmente sorri da ingenuidade do ser humano ou na hipocrisia dos mesmos, que sabiam o quão irreal era aquilo e mesmo assim insistiam em acreditar nos finais sempre felizes. Ela não estava nem ai pra isso, vivia serena, tranquila e sempre sorridente, era mágico como nada a parecia afetar, ela simplesmente levantava a cabeça e sorria, na vida tivera alguns amigos ou nem tão amigos assim, mas ela nunca se preocupou, seu instinto era melhor do que qualquer um e mais uma vez lá se via ela, sem se afetar com nada.
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